segunda-feira, 29 de junho de 2009

Peganhento

Hoje foi um dia "peganhento".

Uma chuvada tropical para começar o dia, Sol q.b. depois do almoço e um fim de tarde bem abafados fizeram-me lembrar aquele calor das Caraíbas!
O pior de tudo: a roupa a colar ao corpo logo que saímos do ar condicionado (que eu odeio, mas que nestes dias me salva de um colapso!) e toda a gente com ar de sofrimento por mal conseguir respirar! Como é que podem dizer que gostam de calor? Não entendo.

Pior é isto acontecer no meio de Lisboa! Da poluição. Das pessoas todas que resolveram andar na rua com casacos como se estivesse frio só porque apareceram umas nuvens generosas no céu. Ou então andaram a chapinhar nos buracos dos passeios porque, só porque estava calor, resolveram calçar umas sandálias de Verão e não repararam que a falta de uma pedra na calçada por onde passam todos os dias provoca uma autêntica lagoa!

É este o Verão que vamos tendo!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Barco Negro






Barco Negro



(Letra de David Mourão-Ferreira)

"De manhã temendo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia,
mas logo os teus olhos disseram que não
e o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
e o teu barco negro dançava na luz;
vi teu braço acenando, entre as velas já soltas.
Dizem as velhas da praia que não voltas...
São loucas! São loucas!



Eu sei, meu amor,
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo.

No vento que lança
areia nos vidros,
na água que canta,
no fogo mortiço,
no calor do leito,
nos bancos vazios,
dentro do meu peito
estás sempre comigo."


"Ao contrário de outros poemas que precedem a música, o Barco Negro foi escrito em 1954 para uma música já existente do brasileiro Caco Velho. Também por isto o poema é extraordinário. A música foi arranjada nessa ocasião e cantada por Amália Rodrigues no filme francês "Les Amants du Tage" rodado em Lisboa. O tema não tem relação com o filme - Amália faz o papel de amiga dos protagonistas e canta Barco Negro num espectáculo de night-club." http://www.historia.com.pt/poesia/textos/Barco_Negro.htm







Muitas outras músicas fazem parte do meu imaginário, mas esta é quase sentida no sangue. O arrepio dos primeiros acordes que se extende ao seu máximo na parte do "são loucas!" ou mesmo quando aquele murmúrio é cantado de forma tão extraordinária que quase parece chorado. Quase se sentem as ondas de um mar que fez perder a imagem daquele sentimento. O Amor cantado depois da perda do ser amado.



Foto: http://olhares.aeiou.pt/barco_s_pedro_foto820123.html

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