quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Compulsivamente a ler Fernando Pessoa

I am the escaped one

I am the escaped one,
After I was born
They locked me up inside me
But I left.
My soul seeks me,
Through hills and valley,
I hope my soul
Never finds me.


Fernando Pessoa

Isto e mais nada!

Porque me sinto como Pessoa, se é que me é possível e permitido sentir tal grandeza...

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!


Fernando Pessoa

Se, depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer...

"Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza
."

Alberto Caeiro

terça-feira, 5 de outubro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Verão

Dizer que estou fartinha de Verão seria quase excessivo, mas não deixaria de ser verdade... A verdade é que este calor me desorienta!

Quero um bilhete qualquer para um sítio fresco!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

E hoje é já outro dia

"Tudo o que já não é,
A dor que já não me dói,
A antiga e errónea fé.
O ontem que a dor deixou.
O que deixou alegria.
Só porque foi e voou.
E hoje é já outro dia."
Fernando Pessoa

Mudanças

Após meses de pausa tive vontade de renovar. O blog tinha o mesmo aspecto desde o início e já era hora de alterar algumas coisas. Ainda não é o resultado final, mas lá há-de chegar - será em breve!

De regresso

Andava a adiar este regresso às escritas virtuais por motivos (inventados ou mais ou menos justificados), que foram surgindo a cada dia que passava.

A bem da verdade, sempre tive vontade de escrever e muito papel foi gasto nos últimos meses (reciclado, naturalmente!), apenas porque era tudo tão meu! Sim, há coisas que não se partilham por muito que eu seja uma mãos largas e coração de manteiga.

Hoje regressei! Sem promessas de escrever todos os dias, mas com o compromisso de escrever sempre que o coração mandar.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tears dry on their own

Apetece-me chorar, mas não sei onde guardei as lágrimas.
E apenas por lágrimas me lembrei que estás tão longe e tão perto.
Ter-te assim deixa-me bem por instantes, mas depois tudo passa
Tudo volta ao ser e não ser
Ao ir sendo algo que já foi no meu ser.

Tu que nunca vais deixar de estar aqui
Tu que estás ausente porque sim
Tu e só tu me deixaste assim neste instante que acabou de passar
E o resto?

Vou esperar porquê?
Apenas porque sim?
Apenas porque ainda sonho?
Apenas porquê?!
Mereço mais, nem que seja porque me permito sonhar com um instante puro.
Porque tu és e serás esse instante.



terça-feira, 20 de abril de 2010

Drifting

A descrição perfeita do meu estado de espírito hoje...

What a wonderful hesitation
Who would bear to feel sorry for me
Dropped another pill just to calm me
Collapsed to my knees and fell fast into sleep
There I was drifting
Way out into the sunshine
Expecting to crash but I'm tied to a string
Look at me I'm a tangled puppet
I might be a mess but I sure can survive
Find myself awake counting sad days
1-2-3 that's too many for me
Dropped another pill just to find me
Reached for my hand
But It was already there
Then I started believin'
That I fell out of a tiny raindrop
That lost its way when it decided to roam
Chasing me was a hungry dweller
But I had escaped it by pretending to die
Come follow me you won't expect the illusion
You'll see, it's my imagination
Hand me your eyes
I will put them in front of mine
You'll see a little better
You'll see a little better
What a wonderful destination
Where I am now
I can no longer see
Dropped another pill just to kill me
Collapsed to my knees
And fell fast into sleep
There I was drifting
Way out into the sunshine
Expecting to crash but I'm tiet to a string
Look at me I'm a tangled puppet
I might be a mess but I sure can survive
But I had escaped it by pretending to die



quarta-feira, 31 de março de 2010

Hipocrisias...

Se há coisa que me chateia realmente, é que se mentam em assuntos aos quais não são chamados/as e depois se apresentem como santos que desconhecem o assunto! Estou farta!
Se não conhecem o conceito de privacidade, procurem no dicionário! Se não sabem que as pessoas têm o direito básico ao seu espaço, então procurem ajuda!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Infinito Particular

Num daqueles dias em que apetece ouvir aquelas músicas que já não temos por perto há algum tempo, fui dar com Infinito Particular.
O melhor de tudo foi voltar a reparar na letra... disse tudo acerca de mim no dia de hoje.
Não é assim tão complicado encontrar aquilo que sou, o que quero. Não há segredos, sou transparente como água. Basta que parem e queiram realmente saber como sou.
Espantei-me há dias ao ouvir que canso... deu-me para rir. De complicação todos temos um pouco, mas quanto mais eu tento simplificar, mais me dizem que sou complicada. Talvez... há que admitir que tenho os meus dias, mas quem não os tem? Como se costuma dizer, que atire a primeira pedra quem nunca complicou alguma coisa.
Lá vou eu bater na mesma tecla, mas quando eu digo que quero alguma tranquilidade, é porque realmente quero descomplicar o que de complicado resta nos meus dias. Já me sinto o outro a falar num sistema simplex, mas a verdade é que ando sem paciência para grandes histórias e filmes. Histórias, agora, só se forem de amor!



"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"


...

domingo, 21 de março de 2010

Passeios


Ontem prometi-te que iria colocar um post novo aqui no blog. Adiei por boas razões e aqui estou eu. Tal como te tinha dito, fui fazer um passeio por Sintra. Ontem relembrei-me de bons momentos, hoje tive vontade de reinventá-los.


Descobri tantas coisas... Pormenores que não recordava ou que simplesmente desconhecia da cidade, dos monumentos, das pessoas, de mim...


Tantas pessoas me diziam que é uma cidade mágica, mas não tinha realmente compreendido isso até hoje. Senti que já tinha vivido por ali, que conhecia cada pedra de calçada, cada árvore florida. Que arrepios nuns quantos deja vous... Deixei-me contangiar pelo mistério do nevoeiro, pela história por ali vivida.


Durante parte da manhã senti que era uma cidade romântica e dei conta que nunca namorei em Sintra e apeteceu-me. Eu que não ando nada virada para relações, que não me apetece sequer pensar no assunto porque estou demasiado envolvida com o meu trabalho. Se se costuma dizer que a culpa é da Primavera, eu diria que basta ir a Sintra em qualquer altura do ano. Não lhe chamem Primavera, chamem-lhe Sintra!


Cheguei a sentir-me taciturna, desligada por momentos até que... por incrível que pareça, numa daquelas subidas em que tentava entender o porquê do mistério e sem ver ninguém, quase esbarrei num estranho que me mostrou o sorriso mais aberto que tinha (sorriso lindo, por sinal)... Aquele instante foi mágico! Claro que sorri também com o meu maior sorriso... foi tão espontâneo! Um sorriso relembrou-me que algo tão simples faz tanta diferença no dia de alguém. Para mim fez. Não que estivesse triste ou zangada. Longe disso! Estava entre amigos que adoro, a divertir-me, a aproveitar alguns raros momentos de luz do Sol, o meu nevoeiro. Um sorriso que me fez sorrir :)


Depois de sentir as ruas estreitas em Sintra, e porque começou a chover, rumámos a Lisboa. O Bairro da Graça foi o destino. Os miradouros de Lisboa com um Sol que queria aquecer são lindos! Recarreguei baterias, absorvi a luz, pensei no que não quero perder mais.


Com passeios assim, volto à Terra com energia de Lua cheia de vida... nas minhas faces de Lua tão diferentes até para mim. Sem "mas"...


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Energia

Começo de Ano fantástico! Não esperava nada do género e muito menos o desfecho mais parecido com uma sátira, mas há que aprender com os bons momentos e pensar que as noites sem dormir nos ajudam a amadurecer (há quem diga que é queimar!) os neurónios.
Cada vez menos me deixo ir abaixo com as reviravoltas que me vão acontecendo e sei que, se as pessoas surgem duas vezes nas nossas vidas como que do nada é, tão pura e simplesmente, porque ainda temos que aprender ou sentir ou viver algo... mesmo quando acreditamos que tudo já passou há uns anos. Pois é Peste, tu tinhas que voltar, mesmo que eu pensasse que não, que o assunto estava inteiramente arrumado. Afinal, seguimos rumos diferentes e só falámos ocasionalmente durante uns anos.
No que me diz respeito, deixei os receios de lado e mesmo consciente da tua fragilidade actual (deixas-me que chame assim o teu estado de espírito?), pensei que com toda a nossa amizade, tu não tivesses receio de falar sobre o que ias sentindo. Isso aconteceu até determinado momento, mas permite-me que diga, apenas até tu teres sentido "medo" de me magoar. Tu próprio acabaste por dizê-lo. Foi só medo disso? Lá que te queiras afastar para "arrumar o sotão", eu até entendo, mas depois de dizeres que foi bom teres desabafado bastante e teres admitido que eu era das únicas pessoas que nunca te tinha cobrado fosse o que fosse (apesar das tuas tropelias) - e o que vi no teu olhar não foi apenas isso - e de repente te tenhas afastado deixou-me a pensar... o suficiente para me tirar o sono... És mesmo Peste :)

De uma coisa podes ter a certeza: jamais perderás a minha amizade. Admiro-te como Homem lutador e perseverante, admiro o teu instinto protector como Pai fantástico e Amigo que tens sido e muito poucas são as pessoas que merecem um canto tão doce no meu coração.
Mesmo que queiras investir, até à exaustão, numa coisa que me disseste não ter qualquer hipótese (disseste-me isso mais do que uma vez e em circunstâncias diferentes há menos de uma semana... eu não estou doida...) podes contar com o meu ombro para chorar, se voltares a bater com a cabeça. Já te disse isto antes e não me vou cansar de o repetir: dói mais o teu silêncio...

O mais engraçado nisto tudo é que sei que sabes o que sinto e sabes de tudo o que disse aqui, mas enfim... Não vou ficar à espera. O tempo o dirá e não vou perder o início de um ano que eu quero que seja de mudança com mais noites sem dormir por estar a pensar numa coisa sobre a qual jamais poderei ter alguma influência (nem quero! A decisão só pode ser tua).

Hoje acordei com Energia Renovada e sei que só assim vou atingir o meu objectivo: mudar e ser feliz!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Hopes and Dreams 2010

Um novo ano que começa, mas a vida inteira continua.
Eu e as minhas voltas e reviravoltas. Ainda hoje disse: this is it! This is the year! A ver vamos. Já mereço um romancezito na vida para animar as coisas. Uma única condição: tem que ser tudo muito tranquilo.
Bom Ano de 2010!