segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Contagem Decrescente!

Parece que já me posso dar ao luxo de dizer que dentro de pouco mais de 16h30m estarei de férias! Viva o fantástico 'dolce fare niente'!
Peço desculpa a quem ainda faltam alguns dias ou que só vão ter férias em 2009! ;)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Altos e baixos

Se o que sentia ontem era sobretudo confusão, hoje senti energia.
Acabei por sair mais tarde do trabalho por termos tido uma reunião que considerei importante, apesar de descomplicada, e se fosse preciso continuaria por outras tantas horas a trabalhar, mesmo que sob stress. É verdade que o sono começa a "apertar", mas a energia continua em alta.
Não pensar em impossíveis tem-me feito bem. Manter a cabeça sem grandes complicações faz bem!
Só continuo a não entender estes picos de energia e humor que mudam de dia para dia sem aparente motivo...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Desafio meu?

Nos últimos tempos tenho andado um pouco menos positiva pelo tudo/nada que me acontece.
Ser reconhecida pelo bom trabalho que se desempenha é sempre agradável; saber que temos poucos, mas excelente amigos é do melhor; ter um pequeno núcleo familiar que nos apoia incondicionalmente e está sempre do nosso lado para o que der e vier é uma enorme segurança!
Ultimamente o que me tem faltado é o que está dentro das ausências que vou sentindo das pessoas importantes em quem penso todos os dias se estarão bem (é verdade que até um telefonema podia resolver isto, mas há coisas que me fazem bloquear no momento e que dariam para fazer uma tese qualquer), mas que teimam em ignorar-me à sua maneira. Talvez eu não signifique nada... Ainda não tinha pensado nisso.
Hoje até comecei o dia alegre, bem disposta como sempre, mas houve qualquer coisa que mudou sem que eu me apercebesse. De repente aquele nó na garganta que se entrelaça cheio de amarras no peito e que me vai sufocando no vazio, a luta com aquela lágrima que me faz lutar e dizer que está tudo bem mesmo quando o brilho nos olhos me fez mentir.
Mal ou bem, resisti até entrar em casa. Aí, larguei tudo no chão e chorei como há muito não fazia. Há já algum tempo que pensava que as lágrimas tinham acabado em mim. Afinal estava enganada! Chorei até quase sufocar sem saber porquê. Apenas porque sim! No final senti um certo alívio nem sei porquê. Será que as lágrimas levaram o que me atormentava?
Onde anda a atitude positiva que sempre tive para (quase) tudo?
Algumas pessoas que me conhecem apenas do trabalho vão-me dizendo que estou pálida, com um ar cansado, que quando estou distraída pareço triste. Sorte minha ou não, é o sorriso fácil que me sai a qualquer instante. Sempre vai disfarçando o peso da tristeza inesperada em cada instante.
Às tantas sinto-me uma idiota e penso que transformei este espaço num muro das lamentações só meu.
Hoje não vou reler o que escrevi, tal como fazia nos diários que tinha em adolescente e que fui deitando fora. Apenas quero largar este peso que me faz doer a alma sem motivo. Isto mais parece um "muro das lamentações" privado, coisa que não queria que acontecesse aqui.
Definitivamente preciso de dar mais uma volta de muitos graus na minha vida! Sinto essa necessidade cada vez com maior urgência em que aconteça.
Hoje, em conversa com alguém que não sendo minha amiga, mas me conhecendo há uns bons anos, disse-lhe qualquer coisa como "se acreditarmos bastante no que queremos, as coisas acabam por acontecer." Mal sabia eu que ainda hoje estas deveriam ser as palavras certas para mim. Coincidência ou não, as coisas vão acontecendo. Ok! Eu volto a pensar em tudo bom e esqueço tudo o que me vai entristecendo. Vou voltar a puxar as boas energias e ver o que vai dar...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"O que há em mim é sobretudo cansaço"

Um destes dias reli parte de um poema de Álvaro de Campos no blog d'O Rapaz que não Chora que era realmente o que sentia naquele instante. Tão simplesmente sobre cansaço.

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...


Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa