domingo, 19 de agosto de 2012

Lounge

Sem antes ter dado atenção à letra, hoje parei para ouvir e conta uma história que eu conheço

Vamos prum lounge
Beber um vinho safra ruim
E conversar sobre a tv
Vamos pra longe
Sem se tocar os olhos vão
Se encontrar e se perder


Eu e você assim de perto dá
Pra eu me perder de vez nas tuas tintas
Me dê uma noite, um pouco da manhã
Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor

Vamos entrar
A minha casa não é quente
Trago um vermelho pra esquentar

Vamos suar
Com o veneno da serpente
Que eu roubei pra te picar
 
Eu e você assim de perto dá
Pra eu me perder de vez nas tuas tintas
Me dê uma noite, um pouco da manhã
Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor

Vamos prum lounge...
Lounge, Maria Gadú

sábado, 18 de agosto de 2012

Quando nos Apaixonamos

 Fotografia: http://phatpuppy.deviantart.com/art/Greet-the-Morning-130585542

"Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me.

Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fevereiro 2012)'

Pausas

 Foto: Cunene
Depois de mais uma pausa regresso lentamente a mim. Dizer que encontrei o ponto de equilíbrio ideal seria um prazer que neste momento, apenas está próximo. Sei que lá hei-de chegar. 

Reencontrar quem sempre me fez bem e com uma abertura e proximidade que ainda não tinha alcançado, faz-me sentir leve, calma e com desejo de descobrir ainda mais. Sei que vou lá chegar. Como escreveu Paulo Coelho, ''Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo.''. Que assim seja.