segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Caderno Preto

Parece impossível, mas este fim de semana deu-me para escrever... muito! Quando digo "muito!", estou a falar de um daqueles pequenos cadernos de capa preta inteiro (faltavam 2 ou 3 folhas para acabar). Para alguém que esteja a fazer uma tese de doutoramento ou para alguém que faça da escrita uma profissão, pode até nem parecer muito, mas para uma amadora como eu, parece um feito enorme.
Podia ter escrito tudo aquilo aqui no blog, mas precisava de passar para o papel... é tão mais intímo... Dei conta dessa intimidade ontem à noite. De computador ao lado, ligado com uma música estupenda (jazz para relaxar), não fui capaz de escrever uma palavra sequer na máquina. No pequeno caderno negro, as palavras corriam tão velozes como o pensamento. No papel não me dá vontade de apagar. Não há o voltar atrás e refazer a frase para soar melhor... quanto muito risca-se a palavra e passa-se à frente, ou dá-se a volta ao texto, ou damo-nos conta que o nosso EU queria revelar-nos alguma outra ideia, outra face que estava, até então, escondida em nós.
O caderno, essa arca de sentimentos só meus, foi rasgado em pedaços. Senti-me numa sessão de terapia enquanto escrevia, em que tudo me parecia atormentar e de repente, quando o cansaço chegou por ter deitado tudo para fora, senti um alívio enorme. Soube-me bem. Fez-me bem. Foi mais um caderno preto que desapareceu depois de ter ficado cheio.

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