Parece que tirei a tarde para as memórias e os instantes de pequenos quês que foram ficando por explicar. Aquelas pequenas historietas de tudos e nadas que foram ficando resolvidas em mim e guardadas, mas que por todos os lados parecem ter ficado sem um fim.
Sinto que tudo o que possa começar está ainda preso a algo que ficou por arrumar. Será que há alguém livre de histórias mal resolvidas, mal arrumadas ou que pelo menos assuma que talvez hajam marcas que ainda pesam? Onde anda a tão aclamada clareza e frontalidade? Onde anda a lealdade? Onde andas tu?
No cenário da tua vida
Aclamas noites alucinantes
De gentes estonteantes
Que são tanto como tu
No teatro do teu olhar
Há quem note que a coragem
Não passa de uma miragem
Com preguiça de gritar
No repetir do teu mostrar
Inventaste uma história
Que em ti não há memória
Porque sabes que não é tua...
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
Porque nunca a deixaste de amar...
Continuas a ensaiar
A conveniência do sorriso
O planear do improviso
Que te faz sentir maior
No artifício dos teus gestos
Pensas abraçar o mundo
Quando nem por um segundo
Te abraças a ti mesmo
E assim vais vivendo
E assim andando aí
E assim perdendo em ti
Tudo aquilo que nunca foste...
Por alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
Porque nunca a deixaste de amar
Quando um dia acordares
Numa noite sem mentira
E te vires onde não estás
Vais querer voltar para trás.
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
Porque nunca a deixaste de amar
Adormecido dos Toranja no cd Esquissos
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